Aprendendo com Zaqueu – parte IV (Lucas 19: 01 – 10)
Agora mais calmo Zaqueu conseguia compreender seus pensamentos, conseguia compreender suas atitudes naquele dia. Ele finalmente entende que não estava apenas curioso para saber quem era Jesus. Mais calmo ele se lembra de sua infância, quando ainda não era odiado, quando não havia trocado tudo pelos favores de servir Roma, quando não havia trocado tudo pelas riquezas.
Ele se lembre de quando podia livremente entrar na sinagoga. Se lembra das celebrações que ali ocorriam. E uma melodia entoada pelos levitas lhe vem a mente, a música dizia assim (Salmos 42 1-11):
“Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?
As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, enquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus?
Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido com a multidão. Fui com eles à casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a multidão que festejava.
Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face.
O meu Deus, dentro de mim a minha alma está abatida; por isso lembro-me de ti desde a terra do Jordão, e desde os hermonitas, desde o pequeno monte.
Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas ondas e as tuas vagas têm passado sobre mim.
Contudo o SENHOR mandará a sua misericórdia de dia, e de noite a sua canção estará comigo, uma oração ao Deus da minha vida.
Direi a Deus, minha rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que ando lamentando por causa da opressão do inimigo?
Com ferida mortal em meus ossos me afrontam os meus adversários, quando todo dia me dizem: Onde está o teu Deus?
Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face, e o meu Deus.”
Sim, Zaqueu agora tinha essa certeza: a alma dele suspirava pelo Deus vivo, compreendeu que podia esperar em Deus. Não eram as riquezas, não era as glorias humanas, não era servir a um poderoso império o que lhe traria paz, felicidade. Esse tempo todo buscando algo em que pudesse se firmar, em que pudesse mudar sua vida. E agora ele percebe que esse algo estava o tempo todo diante dele, que ele já estivera junto das fontes da verdadeira felicidade. E tudo que ele precisava fazer era se entregar ao verdadeiro amor que vem de Deus.
Mas algo ainda o incomodava, e isto não vinha de dentro de seus pensamentos. Vinha de fora, vinha do lado de fora de sua casa. Vinha das multidões que estavam amontoadas estarrecidas na porta da casa dele. Aquelas pessoas não acreditavam, não se conformavam que Jesus havia se hospedado na casa de um vil pecador, o pior de todos.
Abertamente criticavam a decisão de Jesus, abertamente expunham as feridas, os defeitos de Zaqueu. Exibiam estes defeitos como um grande troféu.
Ah, o ser humano! Tem a incrível capacidade de procurar erros nas pessoas como quem procura um TESOURO PERDIDO, e quando encontram o exibe como um LAUREL DE DESONRA para que o mundo saiba.
Mas Zaqueu sabia que estava diante de um Rei, estava compreendendo que Jesus não via como os homens vêm (I Samuel 16: 7). Sabia que Jesus sondava os corações (Jeremias 17: 10). Conhecia o interior do homem (Salmos 139: 23). Zaqueu podia agora viver uma nova vida, tudo se fazia novo da vida dele (2 Coríntios 5: 17).
Distribuir suas riquezas, devolver o que havia roubado era apenas um mero detalhe. Faria isso não como uma obrigação, uma imposição, esperando receber uma bênção, esperando receber tudo de volta varias vezes mais. Faria isso com um coração grato, queria se esvaziar de si mesmo, de sua ambição e cobiça. Queria viver essa nova vida plenamente, sem qualquer empecilho, queria adorar em espírito e em verdade.
As pessoas que o conheciam ainda iriam zombar dele. Mas a razão da vida dele não consistia mais em ser reconhecido pelos homens, em acumular riquezas. Ele queria agora ser apenas servo.
E você o que espera de Deus? O que te move na direção de DEle? Lembre-se: você pode se aproximar Dele sem interesses, sem segundas intenções, sem desejos vis da carne. Você pode aceitar o convite DEle de viver somente para Ele. Você pode pensar que não, mas ele transforma vidas, transformou a de Zaqueu, a minha, a de incontáveis pessoas ao longo dos séculos. Pode transformar a sua também. E não se preocupe, ele não quer seu dinheiro, ele não precisa de 10%, 20% ou mais de seu dinheiro. Ele quer 100%, !00% de sua vida nos braços DEle. O que ele quer é cuidar de você, te amar com amor eterno (Jeremias 31: 3). Ele quer proclamar um decreto, o SENHOR quer dizer: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei (Salmos 2: 7).