Mais um dia triste, árido e solitário se passava na vida daqueles dez homens. Os sonhos de uma vida havia se despedaçados quando receberam a triste noticia da doença. Ao invés de receber o abraço amigo, uma palavra de apoio, receberam o exílio, a repulsa, o medo no olhar das pessoas. Já não podiam mais estar entre os familiares, não podiam receber carinhos de quem tanto amavam. Eles queriam e buscavam um milagre. Mas o destino daqueles dez homens estava trava traçado. Havia sido escrito com a tinta da morte, tinha a cor da lepra, a mais mortal, terrível e segregadora a doença da época.
A medida em o tempo passava a conta-gotas na triste e solitária vida daqueles homens, um a um eles foram se encontrando. Passaram a dividir dia a dia a dor e o sofrimento de serem o que eram. Passaram a compartilhar os sonhos perdidos, a lágrima nos olhos de verem a família se distanciando, de não poder abraçar, beijar, tocar em que tanto amavam. Mas compartilhavam também o vago e já quase morto fio de esperança de uma dia serem curados, libertos daquela doença que os fizeram viver em um exílio sem fim.
Mas assim como o sofrimento não escolhe dia para chegar, o milagre também não. E aquele tão tênue fio de esperança que existia na vida daqueles homens estava preste a se tornar a maior e mais devastadora força daquele deserto onde solitariamente habitavam.
Eles tinham um encontro marcado pelos céus com o Rei dos Reis. Certamente se soubesse com antecedência teriam mandado lavar e passar o melhor terno que possuíam, teriam caprichado no corte de cabelo e no feitio da barba. Pois não pode se apresentar diante de um rei de qualquer maneira.
Mas aquele rei era diferente. Não fazia questão de uma vida luxuosa, de trajes de gala. De uma falsa aparência que escondia a dor de um coração sofrido, de falsa misericórdia que não demonstra amor pelos perdidos. Pena que muitos de seus seguidores são incapazes de compreender a imensidão do amor deste que é um Eterno Rei.
Ele gostava mais de estar entre os simples, os realmente necessitados. Não gostava de ser paparicado. Mas pode ficar extasiado de ouvir um simples e sincero MUITO OBRIGADO como expressão maior de uma vida e de um coração grato. Um simples muito obrigado que mais tarde fará falta na vida de nove daqueles homens.
Chega então o momento do encontro. Dez homens tristes, solitários, fracos e doentes com um Rei. Eles imediatamente o reconhecem. Sabiam que estava diante de alguém especial, que tinha todo poder. Se prostam e clamam por misericórdia. Não tinham nada a oferecer. Não tinham uma vida de luxo, não tinha riquezas para ofertar, não tinham sequer uma casa que o rei Jesus pudesse repousar, ou mesmo um pedaço de pão para com ele se alimentar.
Mas Jesus não se importava com isso. Até hoje não se importa. Nossas riquezas e bens não podem alegrá-lo. Não podem comprar o amor dele, não podem movê-lo a fazer milagres em nossas vidas (embora erroneamente em nossos dias muitos pensem que pode). Tudo que nós podemos fazer é aceitar o beneplácito do amor dele e agradecê-lo ofertando cem por cento de uma vida e de um coração agradecido.
Veja que falei cem por cento de uma vida e de um coração agradecido. Não disse dez, vinte, trinta ou mais por centos de uma oferta em dinheiro. O que Ele quer é sua VIDA por inteiro, não migalhas do seu dinheiro.
Jesus ouve o clamor daqueles homens. Vê no coração deles uma vida despedaçada pela dor e sofrimento provocados pela doença. Se compadece deles e os cura daquela enfermidade. “E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos.” (Lucas 17:14) O dia passa e aqueles homens haviam tomado cada um o seu caminho. Foram para juntos de suas famílias e amigos. Foram comemorar a nova vida que acabaram de receber.
Mas daqueles dez homens um se tente preocupado. Fica impaciente. Precisa encontrar Jesus, tinha algo a lhe dizer. Então quando pelo meio do caminho percebe que tinha sido curado ele imediatamente volta para se encontrar com Jesus. Qualquer sacerdote ou médico podia esperar. Ele tinha uma necessidade mais imediata. “E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz; E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano.” (Lucas 17:15-16)
Ele queria recompensar Jesus pelo milagre recebido. Daria para Jesus o que ele tinha de melhor. Não era ouro, não era prata, não era a escritura de uma casa ou outra propriedade. Não era um carro conversível ultimo modelo...
Era um coração agradecido. Ele se prosta diante de Jesus e oferece tudo que Jesus mais queria: GRATIDÃO. A flor da gratidão havia florescido no deserto seco e árido que havia se tornado o coração daquele homem. Agora tudo que ele queria fazer era agradecer a quem havia lhe dado uma nova vida. A que tinha transformado o coração em um Oasis. Era tudo que ele podia fazer, é tudo que Jesus que de você. “Aquele que oferece o sacrifício de louvor me glorificará; e àquele que bem ordena o seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus.” (Salmos 50:23)
Que Deus abençoe sua vida e que essa flor também brote em seu coração e que “a Palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.” (Colossenses 3:16)
“E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passava pela divisa entre a Samaria e a Galiléia. Ao entrar em certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos, os quais pararam de longe, e levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós! Ele, logo que os viu, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, enquanto iam, ficaram limpos. Um deles, vendo que fora curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, dando-lhe graças; e este era samaritano. Perguntou, pois, Jesus: Não foram limpos os dez? E os nove, onde estão? Não se achou quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.” (Lucas 17:11-19)